No sufoco!

Sufoco... muito sufoco. O jogo contra a Portuguesa, no último sábado, mostrou o que está passando a torcida sãopaulina neste ano: sufoco. Como é rotina na vida Tricolor, estamos a caminho de mais um título, mas, ao contrário do que aconteceu em 2006 e 2007, nosso caminho está mais duro.

Vejamos: contra o Náutico, em pleno Morumbi, vencemos por um magro 1 a 0, com o gol salvador de Hernanes saindo no finalzinho da partida. Sofrimento até o final. Uma partida depois, contra a porcada, vencíamos lá, tranqüilos, por dois a zero quando, em dois minutos, sofremos o empate! Toma o coração a sofrer de novo em um jogo em que não se podia perder. Toma mais sufoco com o gol perdido de Hernanes, na cara do gol, no último minuto. O coração já estava pesado a essa altura do campeonato, mas ainda tinha mais...

São Paulo x Vitória, no Morumbi. Começamos perdendo, numa rodada onde os adversários diretos, no momento em que o Tricolor perdia, estavam ganhando. Dá-lhe sofrimento! Vieram dois gols, a virada, mas, no final do jogo, o time testa de novo o coração do torcedor, tomando um sufoco e quase tomando o gol. Mas agüentamos. Segue então a tabela e vamos até o Engenhão enfrentar o Botafogo. Que dirá desse jogo? No primeiro gol do São Paulo, festa. Veio o empate, seguido por mais um gol nosso. Estávamos à frente, até que o lance do segundo gol botafoguense, seguido por sua anulação, levou o coração da raiva, da frustração ao êxtase em poucos segundos! Pelo menos dessa vez terminamos o jogo um pouco mais aliviados, segurando a pressão carioca.

Morumbi de novo, São Paulo x Inter. Em um jogo que parecia difícil, o coração teve um refresco. Três a zero, liderança e festa num Morumbi lotado, com quase 60 mil pessoas. Parecia que estávamos livres desses sofrer incomum e que tínhamos voltado à nossa normalidade tranqüila, atropelando os adversários. Eis que...

Canindé, jogo contra a Lusa. Esse sim foi sofrido! Gol no começo do jogo, empate no final do primeiro tempo e Borges salvando a pátria já nos acréscimos da primeira etapa. Segundo tempo com chances perdidas, empate da Lusa (ai coração!), e gol de Zé da Raça no finalzinho, pra alívio geral! Mesmo assim, ainda teríamos uma gotinha de sofrer na raspa do tacho, com uma bola no travessão, que gelou a alma de todos os tricolores que já existiram em todos os tempos.

Esse ano é sofrimento atrás de sofrimento, o coração Tricolor, sempre vitorioso, não tá acostumado a passar sufoco assim. Isso é coisa pra Gambá e maloqueiro, não para torcedores abençoados com as vitórias como nós. Só é certeza que, depois de todo esse sofrimento, nós finalmente possamos deixar o sofrimento de lado e gritar É CAMPEÃO!

João Ventura

PS: Durante a postagem, deu algo errado e o último parágrafo do texto não saiu. Agora ele está aqui, na íntegra. Valeu.