sexta-feira, 24 de outubro de 2008

SPFC x Vitória: uma noite no Morumbi

Era uma noite importante. Uma das oito finais que o Tricolor enfrenta nessa reta final de campeonato. Jogo imperdível para quem tem o bom hábito de estar sempre no Morumbi. E se da última vez, contra o Náutico, que deixei para comprar ingresso na hora e, por isso, perdi quase trinta minutos de jogo, dessa vez cheguei ao Morumbi já com o ingresso na mão. Pena que, por incompetência da despreparada PM paulista, que dificultava ao máximo a entrada da torcida, criando filas monumentais para entrar no estádio, represando os pouco mais de 17.000 torcedores, perdi a homenagem ao saudoso Deus da raça, Chicão, com o time todo subindo ao gramado vestindo a terceira camisa tendo seu nome às costas.

Vida que segue, já sob fina garoa, encontrei a turma de sempre no lugar de sempre, ali na arquibancada azul, perto dos refletores e da arquibancada amarela. O jogo já começara. Quase ninguém com capa, vendedores inflacionando a vestimenta... Ora, para uma garoa?

Não vou me ater ao o jogo. Todos viram (menos eu, que perdi o gol do Vitória – o papo estava bom). O que vale é o ambiente, o que vale é a áurea de o que é assistir um jogo no Majestoso, no Glorioso. O reencontro com tantas pessoas que conhecemos de ir aos jogos. São amigos com quem tomamos cerveja, que aprendemos o nome, que apadrinhamos casamento. Vale para rever pessoas que você só vê uma vez por semana e nem sabe o nome, mas cumprimenta de longe ao ver, mas abraça efusivamente quando o Hernanes empata o jogo. E ali, no empate, a garoa já tinha virado toró, chuva já castigava. Pegando todos desprevenidos. O boné tentava proteger os óculos. Que nada. A chuva veio com tamanha violência que inundou tudo. Calça, camisa, carteira, documentos, dinheiro, radinho, celular, meninas de camiseta branca fazendo a festa dos marmanjos... Chuva violenta, forte, de gotas grossas. Que chegou quando o time perdia. Seria preciso uma doação impar dos jogadores. Seria preciso a alma do Chicão.

Aos poucos, o time se entregou. O gramado pesado não segurou o ímpeto do time. A torcida encharcada, que não parava de cantar, de pular para se aquecer, empurrava os jogares. E o espírito do Deus da raça baixou em todos que estavam ali. A vitória veio, de virada, suada, com muita raça.

A chuva valeu. E manteve os torcedores prostrados, após vinte minutos do fim do jogo, embaixo das arquibancadas, pulando, cantando, comemorando a vice-liderança vindoura. Chegamos. Somos vice-líderes. Grêmio, tremei. Ali, sob a chuva, sob a arquibancada, cantando sem parar, tive a certeza: não há mais nenhum torcedor que não acredita no Tri. Ela bate à nossa porta. E agora ninguém segura o tricolor.

*****

Depois do jogo, comemoração dupla. Além da vice-liderança, aniversário de uma grande amiga. Encharcados e felizes, fomos todos direto ao Santo Paulo Bar, ali na arquibancada inferior (geral) amarela.

Fica aqui um toque: o lugar mais lindo que existe para se tomar uma cervejinha. São fotos, frases, resultados ali espalhados para se perder. Mesa de botão, pebolim/ totó. E nas televisões pelo bar distribuídos, o DVD do Penta colocou ali, conosco, nosso Embaixador Rodrigo.

Uma noite memorável.

Léo Beck
Um São Paulino do Rio, em São Paulo

2 comentários:

Nobody disse...

Olá Galera!

Eu tb estava lá e devido a uma desviada no olhar pela passagem de uma pessoa a minha frente eu não vi o cabeceio, mas via a bola entrar.

Foi lindo demais, fiquei estático no intervalo, por causa do frio, entretanto, fiquei feliz com o gol do Hugo e o espírito de raça da equipe.

Eu tb tava na arquibancada azul, mas na direção da linha de meio campo.

Foi bom demais.

Abraços,

Michel Szurkalo

Rodrigo Marques disse...

Que post, Leo!!!

Deu pra sentir o clima, de verdade. Toda a chuva, toda a tensão, toda a raça, e sobretudo, toda a esperança do Hexa, estão nas suas palavras! Tá chegando o hexa...

E fiquei super feliz de ter divido esse momento contigo no bar.

Tamo junto! Abração.

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