terça-feira, 27 de maio de 2008

Depedida e Eliminação

Temos sempre um sentimento de superioridade quando o assunto é Libertadores.

Ser sãopaulino é assim mesmo. Já percorremos este caminho mais do que os outros e - inconscientemente - sempre achamos que nossa equipe vai vencer neste torneio.

Desta vez não foi diferente. Vínhamos de uma vitória no Morumbi e o Fluminense não tem tradição nenhuma neste campeonato. A própria torcida adversária mostrava uma reverência enorme nas ruas do Rio, sem muitas camisas nem muitas conversas de esquina cantando vitória antecipada.

Maraca lotado, praticamente não encotrava os sãopaulinos do Rio. Aqueles balões que levamos não faziam muita diferença, pois a concentração no jogo era gigante. As pessoas não conseguiam prender a atenção, pois a ansiedade era absurda. No lugar do mar branco (das bexigas), havia um mar de olhares desconexos.Andava entre as pessoas e as via absortas, certamente todos com a frquência cardíaca elevada. Aquelas cadeiras azuis pareciam um filme sem áudio, em câmera lenta. Nosso otimismo inconsciente dava lugar a uma mistura de apreensão, pensamento positivo, digressão.
Rostos tensos? Algo além disso.

A torcida não sabia o que cantar, cada pedaço das azuis cantava uma coisa diferente. Mesmo já veterano, poucas vezes vi uma torcida tão tensa. Libertadores não é brincadeira...Na casa dos outros, ainda mais. Conseguíamos, algumas vezes, cantar mais alto que os adversários, mas era o jogo que nos fazia sofrer e não estes detalhes de arquibancadas...

O final, todos sabem: no último minuto, nos acréscimos, o gol do Flu. Eliminados, quando já tínhamos quase certa a classificação. Aquele gol do Washington foi feito com todos os detalhes de um filme com clímax no último minuto.

Aquele filme sem aúdio voltou. A saída do estádio quase mecânica, dormir, acordar, a dor era agreste. Daquele tipo de dor que a gente sente sabendo que vai fazer-nos mais fortes, mas que demora para passar e ainda não passou...

Na sexta, já com a camisa do São Paulo nas ruas do Rio...Ainda é possível usar a camisa nas ruas, pois não foi vexatória, vergonhosa, a derrota. Ao contrário. Até hoje a reverência pelo nosso time continua, mas de que adianta? Estamos eliminados e esta dor não sai...

Vou embora do Rio, levo esta dor.

Me despeço da comunidade e dos amigos com este post.

Embora a despedida seja com uma derrota, nestes dois últimos anos, comemoramos dois títulos naconais aqui, desfilamos em Copacabana, chegamos às TVs, somos quase uma embaixada.
O saldo é extremamente positivo.

Vamos viver esta dor até o final, para que vá embora! Não vamos nos acostumar com ela, porque sofredores e maloqueiros são outros.
Nosso tricolor, mesmo triste: dentre os grandes é os primeiro!

Abraços aos meninos e beijos às meninas.

Rubens J. Gama Jr.

2 comentários:

Fernando Amaral disse...

O Cícero Pompeu o aguarda.

Rodrigo Marques disse...

Eita, Rubens!

Bom post mesmo. Havia sim otimismo, desconexão e depois a dor agreste.

Obrigado por se despedir com um post tão bom aqui no blog.

Segue participando!

Grande abraço do amigo presidencial,

Rodrigo.

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